Hoje
venho falar sobre uma questão que afeta a maioria das nossas cidades: a
manutenção de vias urbanas.
São
muitos os problemas que são verificados nas vias de nossas cidades. Tudo começa
com algo que não é o enfoque que será dado neste artigo, que é a falta de
planejamento dos serviços urbanos, ou mesmo um planejamento inadequado, o que determina sistemas viários inadequados, insuficientes e não funcionais. Isso sem falar na
falta de controle urbano, que também não terá foco neste texto, mas que
impactaram e continuam afetando a funcionalidade das vias, com avanços de
construções em áreas públicas, muitas vezes não reconhecidas como tal, que são as calçadas.
Mas
voltando ao tema manutenção. É questionável a qualidade dos pavimentos e
recomposição dos mesmos pelas prefeituras. Chega a ser revoltante ver o
desleixo com que é tratada a manutenção, muitas vezes a custos elevados,
notadamente após o período de chuvas mais intensas, onde por problemas de
drenagem, soluções técnicas inadequadas e baixa qualidade dos materiais
empregados, obriga essas prefeituras a fazerem a famosa “operação verão”, que
nada mais é uma manutenção decorrente dos problemas já elencados. Quero
destacar, como exemplo de desleixo, obras de recapeamento, onde as tampas de
poços de visita de redes fluviais, ou mesmo de outros serviços, ficam
desniveladas, constituindo-se como verdadeiras armadilhas para os condutores de veículos e bicicletas. É inadmissível esse desleixo. Além disso,
comprometendo a drenagem, a declividade da pavimentação é também
desconsiderada, situação que vai suscitar uma rápida depreciação, por ocasião
de presença de chuvas.
Outro
problema é a total incompatibilidade dos cronogramas de manutenção com
operadores, públicos e privados, de outros serviços como fornecimento de água e
rede de esgoto, empresas de telefonia, dentre outras, que fazem intervenções no
sistema viário para realizarem seus serviços e deixam esses locais ou sem a
recomposição do pavimento, ou fazem uma recomposição de péssima qualidade. Não
raramente se observa um jogo de “empurra” sobre a responsabilidade pela
recomposição do pavimento entre uma dada prefeitura e essas empresas de
serviços. O resultado é a execução de pavimentos mal feita, tornando-os inadequados e até mesmo
esteticamente reprováveis.
As fotos abaixo, mostram uma rua em Recife, onde, o que deveria ser uma ação adequada, com serviços de melhoria ou execução drenagem e/ou rede de esgoto, antes do recapeamento, por falta de acompanhamento técnico da execução, semanas após o recapeamento, o pavimento ficou completamente deteriorado.
Mas
a responsabilidade é do gestor municipal. Responsabilidade de realizar com
competência, responsabilidade com o bem coletivo e com o erário público e
capacidade de interlocução técnica e de fiscalização, se for o caso, e até mesmo jurídica com essas instituições
de serviços públicos.
População,
órgãos de fiscalização e até mesmo profissionais da Engenharia têm que se
engajar na cobrança dos gestores municipais. Novos e atuais gestores municipais irão começar um mandato em 2025. Então cobremos maior responsabilidade de prefeitos e gestores públicos.
Artigo by IVAN CARLOS CUNHA
Engenheiro Civil - Diretor Técnico e de Engenharia da
GNOSE CONSULTORIA E ENGENHARIA
www.gnoseconsultoria.com
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